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Valores de Convivência para as relações em sociedades plurais

DESCRIÇÃO

A justiça restaurativa surge como resposta para o contínuo desmantelamento do espaço relacional e também como alternativa à dificuldade do homem contemporâneo de coexistir, de modo pacífico, com as diferenças. Remonta às práticas ancestrais de povos nativos do Canadá e dos Estados Unidos, os navajos, e da Nova Zelândia e da Austrália, os maoris, que encontram suas bases de justiça na coesão e não na coerção. Vem sendo percebida como a melhor forma de estabelecer as relações e de responder à judicialização dos conflitos relacionais na sociedade. Para os povos ancestrais que inspiram a prática da JR em nosso contexto, estamos interconectados e somos interdependentes. Somos um todo vivo e, sendo assim, quando um membro da comunidade sofre um dano, todos são afetados e responsáveis por restabelecer a ordem.

Como responsáveis pela ofensa e pela reparação, todos engajam-se no processo de cura. É um modelo de justiça que coloca em cheque o paradoxo de se pretender acabar com a violência por meio de práticas e ações igualmente violentas que, constantemente, realimentam este indesejado ciclo. Oferece nova visão sobre um ato que causa dano, um crime e/ou uma infração e aponta para novas formas de lidar com os prejuízos decorrentes. Apresenta o desafio de conquistar melhores interações sociais sem perder de vista a dimensão humana do ser.


O enfoque restaurativo, em contraponto ao punitivo retributivo, considera o crime/ato infracional como uma violação às pessoas e relacionamentos e não uma violação da lei/regras, como considera o atual sistema. Diferentemente do sistema retributivo, que não focaliza a vítima, a abordagem restaurativa traz a vítima para o centro, colocando também o ofensor e a comunidade em cena na busca de um consenso quanto à forma de lidar com as situações presentes e prevenir as futuras. Essa formação visa disseminar conhecimentos que permitem aos participantes transitar por campos da filosofia, antropologia, sociologia, psicologia, neurociência e a Teoria Ator-rede.

Promove reflexão sobre ética, moral, justiça e o desenvolvimento do autoconhecimento, autocrítica e benevolência e construir bases para condutas empreendedoras, éticas e eficazes inerentes à cultura de paz social e profissional. É uma formação vivencial que habilita para atuar em JR.

PÚBLICO

Público beneficiado: àqueles que têm interesse transformar os conflitos decorrentes da prática de atos danosos, visando, por meio das práticas restaurativas, fomentar novos modos de estar e conviver nos mais variados contextos e promover acesso à justiça negociado entre os envolvidos, seja em escolas, universidades, instituições, empresas de qualquer segmento, entre outros espaços de convivência.

AGENDA

- Sessão I  -> Ética. Convivência, conflito e violência. Bases conceituais da JR e seus fundamentos.

- Sessão II –> Justiça Restaurativa. Desafios e Potencialidades dos Modelos Restaurativos. Perspectivas da JR e Neurociência. O sistêmico e o complexo.

- Sessão III –> Práticas Restaurativas aplicadas no contexto da infância e adolescência: os atores do sistema socioeducativo.

- Sessão IV –> Práticas Restaurativas e a materialização da Justiça Restaurativa nos diferentes contextos. 

- Sessão V -> Multiculturalismo e Intercultularidade  e o manejo das diferenças. Articulação diferentes referenciais teóricos.

Horário: 6ª de 17h às 21h e sáb das 08h às 18h

PROFESSORA COORDENADORA

Celia Passos
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